Estamos em setembro, mês das flores, das atitudes patrióticas, que ainda povoam nossas mentes, embora, não seja mais como nos tempos de colégio que nós mais adultos viveram.
Mas o hino nacional sempre nos comoverá e nos instigará a uma postura de silêncio, escuta, contemplação, pois aquele nosso sentimento pelas nossas origens continuam mais vivos que antes.
Enquanto o hino toca, nos transportamos aos bons tempos em que com simplicidade, e emoção nos metíamos em nossos lindos e alinhados uniformes de escola e nosso orgulho chagava ao auge quando já na fila de desfile nossa professora primária prendia em nossa manga o símbolo da pátria; então, empinávamos o peito, esticávamos o corpo e cobríamos o pelotão à perfeição para garbosamente marcharmos pelas ruas da cidade, quando nossos pais e irmãos mais novos olhavam para nós com admiração, sonhando com o dia em que eles mesmos estariam em nosso lugar, também eles homenageando a pátria amada Brasil.
Passado o 7 de setembro, nos detemos na chegada da Primavera e já vislumbramos árvores multicores como o lindo saguão de árvores que antecede a Fazenda da Bela Aurora, em Queluz , ou árvores à porta de nossas casas, sob as quais nos orgulhávamos de estar em família, conversando, brincando de roda, espairecendo, lendo, convivendo, fazendo laços com a vizinhança, coisa tão rara em nossos dias quando vemos a maioria das casas fechadas, as pessoas mal se cumprimentam nas ruas...
“Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...(Sol de primavera)”.
A voz de Beto Guedes ecoa em nossos ouvidos e nossos olhos que vêem tão rapidamente os tapetes de flores pelos caminhos, preocupados que estamos com tantos conflitos e a vizinhança que já não partilha vida, sofrimento, amores parecem realidades perdidas num passado que não voltará nunca mais.
“Fui eu quem se fechou no muro
E se guardou lá fora”...
Agora quem canta é Vanusa:
“Fui eu quem num esforço
Se guardou na indiferença
Fui eu que numa tarde
Se fez tarde de tristezas
Fui eu que consegui
Ficar e ir embora...
E fui esquecida
Fui eu!”
As coisas simples, de valor, mudaram.
Hoje vemos a juventude postando discriminadamente na internet vídeos que ridicularizam artistas como ela, por ter esquecido o Hino nacional, mas muitos de nossos jovens não conseguem cantar o hino corretamente e até nós, de uma geração mais patriótica, que sempre tivemos gosto em cantá-lo quantas vezes nos equivocamos ao cantá-lo em público.
Infelizmente nossos jovens se esquecem de que os artistas de ontem como os de hoje também são pessoas, frágeis, passíveis de erros, humanos, que a fama e o tempo passa para todos e quem sabe amanhã vão ver postados em outros meios de comunicação tão ou mais frios que a internet, vídeos difamadores de artistas que endeusam hoje.
“Fui eu que em primavera
Só não viu as flores
E o sol
Nas Manhãs de Setembro...
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Nas Manhãs de Setembro
Nas Manhãs de Setembro
Nas Manhãs de Setembro”.
Daqui a pouco será Primavera.
É preciso aproveitar as manhãs, deixar o coração contemplar o belo da natureza, cultivar não só flores, mas amores, sentimentos de dignidade, de ajuda aos que julgamos fracos, uns sustendo os outros, até que nós também sejamos compassivamente sustentados e assim a vida vai continuando, os sonhos vão se realizando, vamos nos perdoando uns aos outros.
Sejamos como os pássaros neste tempo, como pessoas irrequietas mas respeitosas umas com as outras.
Saibamos contemplar o mundo com suas diferenças e perceber como Fernando Pessoa “que tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Charpèry
AMAR, mais que amar!
É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.
Quem sou eu
- Charpèry
- É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.
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