AMAR, mais que amar!

É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.

Quem sou eu

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É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.

sexta-feira, 4 de março de 2011

“ A MESMA PRAÇA...OS MESMOS BANCOS..”

Escrever é expressar sentimentos, a partir de momentos vivenciados; é partilha de vida, reflexão compartilhada.
A observação é tudo pra quem gosta de escrever e ler tem o mesmo efeito que alimentação para quem precisa seguir adiante. Ler e aprender, ler e assimilar, ler e refletir.
A observação junto com a leitura pode nos fornecer conteúdos significativos para a nossa própria vida.
Tenho um foco muito rico para executar a observação. Da Praça Conselheiro Rodrigues Alves, em Guaratinguetá, observa-se num momento uma cena e basta pra inspiração apresentar-se.
São muitas pessoas num ir e vir contínuo, mais lento, porém que nas grandes metrópoles. Elas passam, param, conversam, ficam ali, algumas os dias todos, outras por ali mesmo dormem, são os mais “livres”, mendicantes, que fizeram dela suas casas, quem sabe por falta de iniciativas dignas, oportunidades de aprender a pescar, outros executam ali seu trabalho, ou sua diversão.
Amanhece e você já vê pessoas dirigindo-se de todos os pontos da cidade para a Praça. O comércio vai se esquentando, o sol vai fervendo, som, conversa gritos do jogo de dominó, um e outro mais exaltado pela insatisfação política; outro que encontra o amigo que há tempo não vê as comadres trocando receitas culinárias, o engraxate garimpando fregueses, as crianças correndo atrás dos pombos que avós alimentam sorrindo, enquanto as mães amamentam ali mesmo num banco as de colo.
Outros passam como eu somente por ali, rumo ao trabalho, vez ou outra o som inunda a praça, cultura indígena, shows sertanejos amadores, som na caixa, alto demais pra quem quer raciocinar alguma redação oficial, cheiro de cigarro, vendedores informais, tentando convencer tias amorosas a levar um brinquedo pedagógico para a sobrinha de dois anos, propagandas de beleza, profissionais do sorriso, artistas mambembes diversificados que se concentram inteiramente no objetivo e no final reúnem-se mais informalmente para partilhar experiências.
Há muita diversidade na praça, em relação a idades, culturas, pensamentos, e vez ou outra conflitos também são inevitáveis. Por outra, um ser já cambaleante de tanto caminhar pelo comércio em meio ao sol tomba ali mesmo e o pronto atendimento é chamado para o socorro, que digamos de passagem, é preciso que seja urgente, pois a multidão abafa o coitado num círculo fechado, ao invés de abrir espaço para a ventilação do cérebro, o bombeamento do coração.
Círculo fechado também se vê quando um mágico, vindo não se sabe de onde, surge para enaltecer os olhares e mistificar o coração. Olhos vidrados no quadro apresentado.
Artistas plásticos que pintam um quadro em poucos minutos, hippies confeccionando ali mesmo brincos, colares, vendedores informais de filhotes, tudo é possível na Praça Conselheiro Rodrigues Alves.
-Antigamente, dizem as senhorinhas, damas mais ilustres da cidade, ..”.a praça era muito mais bonita, piso de pedras portuguesas, bancos clarinhos, comércio tradicional, restaurantes de credibilidade. A gente comprava os tecidos da moda, ia muito bem vestida primeiramente à missa da Catedral de Santo Antonio e depois desfilava os vestidos sob os olhares dos moços distintos”.
Pois é, os tempos mudaram, a praça mudou a arquitetura da praça já não é a mesma, ficou vamos dizer assim: mais popular, o piso, os bancos, infelizmente popularizou-se, talvez em excesso e até as árvores já não são as frondosas e tradicionais de antes.
Aliás, o centro da cidade, dizem os mais antigos, não é mais o mesmo bem cuidado, prestimoso na cultura, no alto nível de planejamento. É o custo das mudanças, os bairros progridem e os centros urbanos definham ou mantém apenas o essencial.
Essa realidade persiste nas cidades medianas do Vale do Paraíba, enquanto as pequenas cidades acabam preservando essa cultura, o patrimônio também cultural de um povo. Não é a meu ver por serem cidades com menos habitantes não, mas porque planejam melhor politicamente e culturalmente suas atividades. Um exemplo disso é Queluz, que preserva sua festa do Padroeiro na Praça como o povo exigiu, e, construído um recinto de festas na praça, foi possível preservar o evento, não porque tem menos habitantes, porque no tempo da festa visitantes de vários outros estados invadem literalmente a cidade e prestigiam os fogos do dia 24 de junho. A gente que é queluzense nestes dias mal pode se locomover nas ruazinhas que em outros tempos são praticamente desertas, mas vale à pena ver a multidão e os shows de renome que se apresentam na praça. É claro que em outros tempos shows mais famosos já se apresentaram na festa e hoje nem tanto, por causa dos altos custos e a falta de incentivo cultural que assola nosso país, mas o povo vai pra praça comer maçã do amor, dançar, participar dos concursos de quadrilhas, levar os filhos para darem continuidade aos valores culturais de sua cidade.
Acredito que, com vontade política ainda é possível resgatar costumes, a história de uma cidade como Guaratinguetá, terra de santos antônios, lugar de luta de muitos pela preservação dos valores mais preciosos. Mas luta requer apoio, união, junções em prol da comunidade, busca de soluções.
Convido a todos os filhos genuínos de Guaratinguetá, os adotivos também, que se unam por esta causa, do resgate desta história rica em conteúdo!
Todos os finais de semana vemos ônibus e pessoas sedentas de história, de religiosidade desembarcar em nossa cidade. E nós, pensemos, será que estamos valorizando nossas riquezas? Lutando por aquilo em que acreditamos?

Charpèry

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