Como todo artista em meio a pinceladas tão inspiradas, ainda que o mais profissional possível, vai fazendo deslizar na tela a sua inspiração: faz, refaz, dá um toque, retoca, muda no curso da realização da obra alguns conceitos, mistura cores, ousa, faz alguns traços mais leves, outros com mais força e decisão. Não me admira que Deus, o Criador por excelência queira , no decurso de nossa vida dar também em nossas feições quer físicas, emocionais, espirituais, um retoque, um toque de mais iniciativa, em algumas vezes, suavizar alguns pontos que em nós começam a tomar um tom muito forte. Por outras, Ele quer mesmo é fortalecer em nossa identidade, pontos que ficaram um pouco apagados, precisam ser retomados, assumidos com mais força.
Quantas vezes, a humanidade, por caminhos de dores, supõe a mão de Deus um pouco mais pesada e se revolta, mas Deus sábio em tudo o que faz, planeja e realiza, coordena, comanda, tudo como lhe apraz é para o nosso bem.
Fica claro que estes retoques, que ao longo de nossas vidas vão acontecendo são para nos deixar ainda com mais evidências de criação benquista, escolhida, cuidada e amada.
Em meio a tanta destruição podemos visualizar em nosso íntimo que há alguém que nos ama e cuida de nós, nos preserva, nos ensina, nos acarinha em momentos perante os quais nos seria impossível manter a sanidade, persistir.
Em cada tela há um fundo, depois os contornos que vão surgindo um a um, se evidenciando, fazendo-se perceber. Eu diria que há um fundo em nossas existências, bem marcado, do qual descendemos como figura principal, que nos sustenta, nos evidencia os contornos.
Nossa família sempre fez e fará fundo para nossa existência; não dá para relutarmos e desprezarmos valores que aprendemos e sem eles caímos no vazio, não dá pra ignorar hereditariedades, vínculos, raízes, por mais que em nosso espírito crítico aguçado, sejamos levados a dizer que não precisamos de ninguém, a verdade é que a pintura sem o fundo é estática, sem alma. Se persistimos arrogantemente dizendo que somos capazes de sobreviver sozinhos, logo nos equivocamos e a pintura linda, idealizada que fomos, começa a se distorcer, a se distanciar de seus objetivos de criação, a morrer...
Somos criação com aspectos decididamente marcados, um conjunto de valores, de itens, todos eles de igual peso. Há que se ter um equilíbrio em nós em relação ao físico, mental, racional, subjetivo, espiritual.
Vale lembrar que nós, seres humanos somos essenciais na grande obra do Criador, mas devemos nos conscientizar que somos parte de um todo mais complexo e devemos respeito à natureza, aos irmãos lobos, como diz São Francisco de Assis, ainda que este possa ser feroz, que devemos respeito à irmã água que nos sacia, que o irmão sol que nos aquece no rigoroso inverno e ainda que fraquinho vai nos envolvendo com ternura, o irmão vento que nos refresca, a irmã brisa que nos acaricia são, a irmã terra que nos abriga estão ao nosso dispor para nos servir e proporcionar felicidade e bem estar.
Reflitamos em que estamos colaborando para que esta grande obra seja harmoniosa, em que pontos estamos falhando e denegrindo, destruindo a obra que não é nossa, mas da qual fazemos parte e como tal, temos responsabilidades em sua preservação.
Ainda há tempo de reassumir nosso lugar , respeitar o lugar dos outros, preservar nosso ambiente, pensar que há um todo a ser mantido, que não somos o centro de tudo , mas parte de um todo. Quem ganhará com isso? A obra toda será resgatada e aí então haverá justiça, bem estar e felicidade! Cabe a nós. Façamos a nossa parte!!
AMAR, mais que amar!
É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.
Quem sou eu
- Charpèry
- É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.
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