AMAR, mais que amar!

É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.

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É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A UM GRANDE AMOR

Tributo a um grande amor.


Lembro-me de ti, como se fora hoje, cabelos raspados, eu te achando medíocre, feio, e tu me olhando de soslaio, um brilho nos olhos que até então eu não percebera.
Tu me sorrias e eu me esquivava, corria léguas de ti, sem olhá-lo de frente, sem deter-me em ti, sem graça, ao julgar-te assim, tão comum e eu , me fazendo tão bonita, me achando tão preciosa.
Lembro-me de encontrá-lo, dia seguinte, ao chegar ao trabalho, me incomodou pensar que não podia desviar-me deste encontro do acaso, trabalho, faculdade; já era demais.
Lembro-me do primeiro dia que conversamos, quebrando a indiferença, coisas habituais, fichas banais, com que esmeradamente tu te empenhavas, com capricho e continuavas a me olhar, tímido, sem jeito, atrevido.
Lembro-me de teus cabelos crescendo, te fazendo bonito, a roupa habitual, mas se ajeitando no corpo, não mais parecendo tão esguio, lembro-me de novo do olhar, ah!, esse olhar que sempre mantenho comigo, como olhos verdes, embora os teus fossem mesmo escuros, mas em tua alma parecia verde, de águas revoltas, ao mesmo tempo que inquietantes e aquele seu jeito de passar os dedos pelos cabelos, fazendo como que cachos, tão jeitoso, ah quanto desperdício no dia em que o rasparam. Mas agora estavas mais do que belo, formoso, eu diria, tu mesmo, num aceno pra mim, de cabeça, todo formal, parecia um gentleman, num pedido de desculpas, quando de carona eu seguia contigo na moto, para casa, por um trepidar da estrada, que me sacudia e eu me abraçava mais forte à tua cintura.
Na hora da faculdade, me chamava, só pra ter a certeza de que ia , de nosso encontro, mesmo que de longe, da presença um do outro.
Com teus amigos , não me esquecia, jogava-me beijos, sorria e inúmeras vezes achegava-te a mim para me abraçar, dar-me beijos atrevidos no canto da boca, muitos, saudosos, e teu olhar me seguia , tão profundo, tão intenso, sempre com um sorriso de anjo. Criança, sempre, puro, amigo , irmão, tudo.
Eras meu amigo e de todos, de muitos, muitas, nunca serias de uma só. Sempre feliz, como se o mundo fosse um contínuo canteiro de flores a desabrochar sempre, como se todas as águas fossem límpidas e pudesses beber de todas as fontes. O mundo, as pessoas, a vida, simples era sempre pra ti uma diversão, um motivo a mais para sorrir, viver intensamente, profundamente olhar os outros, entrelaçar-se com todos, sem fixar-se em uma só pessoa. Acolhimento, aconchego, todos tinham perto de ti. Parecia que te enamoravas de todos, ao mesmo tempo eras independente.
Era chegar e um sorriso, ir embora... e foi assim com um sorriso que te despedistes de nós...pra sempre, de tua mãe, teus amigos, de mim, três meses antes de nos reencontrarmos. Mas não houve reencontro, não viestes me ver, quando eu doente contava os dias pra te reencontrar na faculdade. Não me ressenti porque mesmo longe tu sempre estavas ali, e quando partistes não me despedi, mas chorei por longo tempo tua ausência, como se o mundo se tivesse desfeito. Recolhi-me, meditei, me entristeci. Chorei abraçada a nossos amigos mais queridos e tocamos a vida nos fazendo fortes, tão frágeis, entretanto.
Me pediram um poema que fiz para ti que até hoje deve tremular no lugar de teu descanso, como declaração feita diante de um altar. Como eu, muitos te amam e agradecem a Deus por termos nos amado e sido amigos.

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