Um dia destes, do meu trabalho, visualizei uma senhora centenária, caminhando pela praça, passos lentos pela idade avançada, falando ao celular com uma desenvoltura, que se diria que ela estava, não ali na praça sob sol forte, mas talvez na varanda refrescante de uma aconchegante fazenda da época do café, promissora, servindo ela mesma, quem sabe, um chá da tarde para a visita presencial, com torrões de açúcar enquanto algum relógio inglês anunciava pontualmente a hora certa.
O que tocava, na verdade era o “ângelus” do meio dia, na Catedral de Santo Antonio, e ela tão logo terminou a conversa, guardou o celular numa bolsa dessas de madame e se foi satisfeita.
Fiquei a refletir por um instante ainda aquela visão tão contraditória, misturados estavam o passado e a modernidade. Diria um jovem de hoje uma visão “surreal”. Aliás, este termo está tão em moda nas comunicações via internet, quanto o “complicado”.
Surreal, inacreditável, no mínimo exótico, inimaginável. O “surreal” contido na visão de uma centenária ao celular leva-me ao mesmo tempo a perceber que a comunicação caminha cada vez mais a passos largos e o que vale mesmo é a comunicação interpessoal. Seja através do rádio ou da TV, de fones modelo suíço 1918(ano de nascimento de meu pai) ou um celular dos mais modernos, última geração, o que se busca é manter vínculos de afeto.
A afetividade é o que mantém vivo o coração, areja a mente e faz reverdecer a esperança.
Na TV, vários programas proporcionam quadros favoráveis a encontros e reencontros familiares, amorosos, de amizade, resgates de valores sentimentais essenciais.
Em meio a catástrofes, nos unimos mais ainda, e ainda que ilhados por intempéries diversas, os sentimentos de afeição nos sustentam, nos fazem ir à frente, uma força presente em meio à dor humana.
Cultivar relações vitalizantes ainda é o caminho mais acertado para mantermos viva a esperança de dias melhores, de um novo ano, um novo tempo.
Tracemos metas cada vez mais de encontros fraternos, amorosos.
Estreitemos os laços de uma convivência generosa. Este é o caminho.
Assim caminha a humanidade!
Charpèry
AMAR, mais que amar!
É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.
Quem sou eu
- Charpèry
- É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.
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