AMAR, mais que amar!

É com certeza muito mais sublime amar.É uma escolha nossa. Somos nos que decidimos amar, triste se ao invés de darmos nossa parcela de felicidade para as pessoas ficarmos esperando que elas nos amem, nos entendam, nos procurem, sorriam pra nós. Se voce partilha desta verdade, se voce vê estrelas demais; então este blog é pra voce.

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É um pseudônimo, mas sou eu mesma, porque fala de mim como escritora, amante da arte em todas as sus manifestações, fala de personagens como O Vagabundo de Charles Chaplin que pra mim demonstram a realidade deste mundo, a busca da ternura , ao mesmo tempo a tirania da máquina. Fala de afetividade, sentimento tão esquecido ultimamente, mas tão motivadora pra vida. Sou eu, um pouco de meus amigos, muito de meus familiares. Somos nós.

sexta-feira, 4 de março de 2011

ESQUENTANDO OS TAMBORINS

Carnaval está aí, os ensaios já estão acontecendo e muita curtição, pré carnaval; aliás, carnaval no Brasil é antes, durante e depois. É esquecer as mágoas e brincar, literalmente, dar um olé na política e sambar, literalmente também, porque o brasileiro mesmo com a nossa cara, é gente de luta, de um dia por vez, de sonhar e fazer acontecer na raça.
Carnaval este ano tem um quê de mais misticismo, de magia, tem as sandálias ainda mais coloridas, o batom sensual, o brilho e o remelexo da mulher brasileira.
8 de março, no auge do Carnaval comemoramos o O Dia Internacional da Mulher e cá pra nós de samba nós mulheres entendemos e damos um banho.
É samba no trabalho, em casa, na faculdade, no cuidado com os filhos, um remelexo em tempo integral pra cumprir as tarefas que a sociedade machista se incumbe de nos designar.
Na bateria da vida mulher é onipotente e toca todos os instrumentos, e toca bem, com muita competência. Na mesa da cozinha mesmo, ela, que já arrumou o jantar antes de ir pra faculdade, pra que o maridão muito cansado do trabalho o saboreie, e ela mesma não jantou porque não deu tempo, está agora, uns cinco minutinhos antes da condução dando o cabal cumprimento num trabalho da faculdade. Depois corre, dá um retoque no batom, e sai belíssima pra aula. E vamos lá que a escola já ta na avenida. E a faculdade é particular
O marido já deixou bem claro que se ela quer continuar a estudar, que dê um jeito de gastar menos no cartão... dela, porque o dele ela já extrapolou e vai lá a mulher guerreira inventar eventos, fazer unhas das amigas aos sábados, fazer o trabalho da colega pras uns trocadinhos a mais, ufa, sambar cansa!!
Manter a dignidade é ala de frente a ser cumprida, e pra desempenhar bem o papel e seguir o ritmo da família não é nada fácil e isso independe de posição social, de cultura. Mulher tem que ser um pouco de tudo, médica pra curar o filho com febre, superpoderosa pra trocar a lâmpada que há mais de uma semana queimou e o marido esqueceu-se de trocar, conserta o ferro de passar, arruma tomadas, faz papel de conciliadora nos conflitos do marido no trabalho dele, ufa!
Na hora de vestir a fantasia, sonhar os sonhos dela, nem dá mais, ela é tudo pra todos.
Manter a cultura e a finesse também dá trabalho. As loiras burras que o mundo estereotipou já não existem mais, ou talvez nunca tenham mesmo existido; é intriga da oposição. Sim, porque a um certo momento da vida, vamos todas ficando loiras letradas ou não, tudo isso pra agilizar melhor o tempo, o dinheiro, os gastos no cartão de crédito que tanto o marido abomina.
Mulher, com tudo isso ainda acha tempo pra ler, pra ir ao shopping, pra fazer uma super faxina em casa, pra manter em ordem pra próxima semana, unhas, cabelo, depilação. Cognitivamente isso é explicável. Nós mulheres somos mais inteligentes e rápidas pra cumprir as várias incumbências da vida porque brincamos de casinha quando crianças. É pedagógica esta verdade. Conseguimos resolver vários assuntos ao mesmo tempo e conversar vários assuntos com várias pessoas, como bolas de ping pong que vêm e vão simultaneamente, coisa que os homens não conseguem. Eles ficam o tempo todo: Hã? O que você disse mesmo? Quem morreu? Desligados que só eles, mas nós mulheres somos como os comunicadores de antigamente, radialistas que colocavam a rádio no ar- coloca a vinheta, prepara o prato com o disco de vinil, aumenta o volume, abre micro pro locutor, acaba de arrumar a fita de rolo com as mãos pra guardar enquanto tudo o resto já vai pro ar. Viva! E ufa!... Sambar, sambar...
Com tudo isso nós mulheres estamos ainda engatinhando na luta pela preservação dos nossos direitos, o que dirá por novas conquistas.
A morte das mulheres por Pão e Paz, e melhores condições de vida e trabalho e que deu origem ao Dia Internacional da Mulher ainda não foi totalmente compreendida pelo mundo. Há ainda muitas lutas a serem vencidas. Muitas mulheres ainda sofrem violências domésticas e nos dias de hoje muito mais jovens adolescentes são vítimas.
O aquecimento dos tamborins, o toque das cuícas, a iluminação da passarela tem que servir para um grito mais forte que o grito de: nossa escola está entrando na avenida. Há um grito verdadeiro de guerra ainda preso nas gargantas. Há um canto de liberdade que ainda precisa raiar a aurora: Um grito de Paz, de amor, de respeito pelas mulheres, pelos seres humanos, pela vida.
Dignidade ainda que tardia. Nós mulheres já conquistamos muitos espaços na passarela da vida e os holofotes da vitória pairam sobre nós. É tempo de buscar ainda mais nosso espaço, pois não se trata de querermos ocupar o lugar do homem; queremos isso sim, o que é de nosso direito.
Já é hora de assumirmos nossa missão, com mais coragem e confiança pra ouvirmos enfim a voz do locutor, que não será outra senão a de nossa própria consciência interior: MULHER NOTA DEZ!

Charpèry

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